I
Andei por aí modorrento
a procurar o lugar onde estive.
Onde estava não sabia.
Tinha consciência de ramo frágil
de árvore robusta.
Balançado pelo vento.
Era vago,
era etéreo;
tinha sentido,
não tinha bússola.
Era só um pensamento.
A pessoas perguntava o caminho:
apontavam e descreviam convictas
um que não correspondia.
Cada vez mais me perdia...
Sentindo tudo e percebendo pouco
que fosse norte e encontro,
dentro da noite nem quente nem fria.
Eu era só um pensamento,
eu era só um sentimento.
II
Faz tempo comecei a solução
de um problema que é.
Pergunto às fontes
e ouço que a resposta é em mim.
Em mim hieróglifos-
Todos de uma vez não leio.
Preciso articular fora e me aflijo.
Agora são dois os problemas:
o problema que é
e o problema que sou.
Acho meia solução,
que por ser meia,
busco outra e desfaço a primeira,
achando outra que mal me convence
e não é toda.
É como ingerir remédio necessário,
que cura e de curar adoece.
E de adoecer, outro remédio exige.
É um círculo vicioso que não para,
em que não paro e tudo fica à volta.
Esforço-me e vislumbro que em volta
tudo é igual em pequenas doses.
Descubro que me não devo pôr ao centro.
Desenvolvo uma fórmula para estar,
e ser essas voltas que tudo dá.
E eu mesmo não consigo executar.
Penso que não, e executo.
Quiçá estou dormindo e sonhando
e não é hora de acordar...
Durmo.
Quem sabe é dormindo que a vista aperta e vejo.
domingo, 2 de agosto de 2009
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