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segunda-feira, 16 de julho de 2012

OFÍCIO DE POETA

O sentimento do poeta é sua matéria-prima. 
O pensamento, o seu esforço de tradução.
A lavra de ambos lhe desafia alguma rima
dos correspectivos, casando a elocução
com o som da palavra ou a lógica do escrito.
Há um arrimo que faz poesia, que faz imagem,
sempre que o poeta raciocina pouco adstrito,
traçando razão que lhe escapa e é sua viagem.
Sua razão na sua própria e na razão do outro,
na mescla do sentimento das coisas que são
ou podem vir a ser encontro ou desencontro,
é um ditado de si e de outros “eus” em ebulição.
O poema diz e não diz coisas que o poeta encobre.
Então não diz, mas diz tudo ou um pouco
do que este pensou, sentiu. Logo se descobre
verossímil ou inverossímil, um tanto louco.


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