Powered By Blogger

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

CHUVA DE VERÃO


A chuva de verão lava meu céu.
Escorre a pintura e, infirme,
Infirma o firmamento posto ao léu,
Nas tintas do poeta pouco firme.
Apaga do horizonte meu painel
E suaviza o peito e redime
De uma contida dor. Algo sublime,
Do pesaroso faz leve corcel.
Abranda ou aplaca o inferno.
Redesenho. E a chuva, já mais fina,
Lenta, insiste e borra minha tinta.
E, cortante, o Sol, fazendo esgrima,
Desenha arco-íris breve. Lento, pinta
De escuro outra vez o dúbio eterno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário