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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

TEMPO DE MIM E DAS COISAS



Há vários tempos de mim
a formar o tempo todo de ser eu.
Sou o ontem, o agora e o depois.
Sempre a me formar, informo
e desinformo a consciência,
incorporo uma verdade,
que nunca se basta. E é tudo que posso.
Verdades são pedaços e são óticas próprias.
E são óticas de mim do outro,
do outro de mim nele e em mim;
do que o outro tem de mim,
do que tenho do outro que me cerca.
E nos toleramos, incompreendidos todos.
Altaneiro ou humilde me assumo, dessumo.
Me acho, me perco e me busco.
Sou uma casa, não entro nela.
Não entro em nenhuma casa.
Não sei que meta tenho, mas tenho.
Acho que busco felicidade preconcebida.
Absurdamente...
Como quase tudo que se preconcebe.
A despeito de todo maltrato da paisagem,
a despeito de toda força que me quer centrado,
amanhã,  pintarei casas, flores, árvores e rios:
cinza, azul, verde, amarelo, roxo, vermelho...
e todos os matizes.
E serei todas as coisas.

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