O homem é único. A sua impressão de caráter é única como a digital e como o DNA. Vem sozinho, convive e celebra, ou fica à parte e endurece, mas emoldura e
multiplica e divide. Vai sozinho, leva e deixa de si e dos outros: o que aprende, o que ensina, o que dá a escolher e o que escolhe. O ser humano é inelutavelmente social. Existe uma flagrante solidariedade entre os homens, ainda que à revelia.
O neonato recebe seu nome, original, adaptado ou copiado. Não há uma correlação necessária de significado entre este e aquele. O que significa exatamente um nome?... Uma pessoa em particular, quem é exatamente? E a essência, que é? E os adjetivos? Encaixam-se de forma indiscutivelmente adequada a isso ou àquilo?
O Homem dá o primeiro passo, guiado por terceiro, recebe ensinamentos básicos de sobrevivência, e nem bem cresceu um pouco, já ensina. Somos um centro de irradiações. Ninguém é tão pobre que não possa dar algo, nem tão rico que lhe não falte alguma coisa. Não há auto-suficiência. Assim fosse, não precisaríamos amar e ser amados. Quem não o precisa? Quem assim se determine, decerto é ou ficará louco. Há uma necessidade insuperável de dar e receber. Somos egoístas, mas ainda assim precisamos amar, ainda que seja para que projetem de volta em nós esse amor. Quando materialmente se carece de bens concretos, há os valores abstratos. O homem, com seu caráter, formas de comportamento e atitudes, divide e multiplica no meio em que vive. Dá e recebe respeito e amor ou indiferença e desafeto. De forma permanente ou alternada. Existe uma responsabilidade individual e coletiva, e somos todos arquitetos da harmonia ou desarmonia do meio. Crescemos e fazemos crescer a cada dia um pouco.
Por certo copiamos do mundo aquilo que encontramos e aquilo em que nos
ensaiam os circunstantes. Há modos, costumes e culturas como norte e fatores determinantes ou indicadores de conduta, comportamento e caráter. Mas há um sopro de dentro, da vontade, do abstrato de nós, que por vocação e pertinácia nos modela fora. E isso é todo próprio. Se copiamos, um pouco de nós, de nossa aura, é original e se impõe e ou marca. Os homens de gênio não passam simplesmente, como a maioria de nós, mas imprimem mudanças e dão matizes novos e colorem forte a paisagem-homem.
A humanidade arquiva os conhecimentos, os homens trazem-nos latentes, absorvem nas experiências, multiplicam e levam daqui para ali, de um ao outro, como ponte e como troca no que diferem, para somar. As coisas se reformam. Tudo é cíclico, e reciclagem é uma necessidade e uma regra imperiosa da vida e do mundo, que se faz de partes.
O homem planta vírus. Adoece o sadio para ganhar dinheiro. Às vezes age como animal, desinteligentemente. Na verdade, comparativamente, o homem n’algum passo é “burro” e o animal, inteligente. Aquele ofende por prazer, ganância e gula, cego e indiferente para toda a luz, e este, à sombra, sem ver a luz, ataca para sobreviver.
Um enorme descompasso: um grande, outro pequeno, um com muito, outro com pouco! Iniqüidade, injustiça, inteligência bruta, econômica, sem caridade! E aquele verme que corrói a boa fé do semelhante, plantando o veneno da falsidade, a partir de uma leviandade, que se plantou pelo descuido e pela enorme preguiça de crescer? O homem copia, e copiar é uma tônica, em especial num mundo consumista, mas precisa aprender aquilatar para escolher. “Nem tudo que reluz é ouro” e até o vírus- veneno- é remédio.
A inteligência se deve conceber como um processo mental que reflete na alma e da alma reflete na mente. A inteligência cognitiva, especulativa, adianta o homem para o encontro, mas se deve fazer um exercício diuturno e disciplinado para se encontrar o que importa. A busca se faz de reflexões e elos e corrente. O que se precisa: saúde no corpo, na mente e no espírito. O espírito da vida é paz, integração... Que pode começar de mim para mim para reflexo no mundo, do mundo... Não importa quão grande ou pequeno!
A vida não é algo estanque, e o estar aqui e agora é uma fase de amadurecimento, um estágio para algo maior. Algo que teima em acreditar: não morrerá antes de crescer e é um parto lento e depois que nascer de todo e crescer, perdurará.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
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