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quarta-feira, 22 de julho de 2009

À MULHER QUE PASSA, PASSOU...

Sonhei todo o tempo contigo.
No meu ideal dormias.
Sonhada, tu eras angélica.
Encontrava-te em mim esotérica
(Todos os males curarias,
as faltas também supririas).
Assim, me fechei em postigo
por que entravas na ascética
vida do meu ego. Em valia
de todo universo, que exíguo,
bem cedo ficou. Antes, digo,
só configurou fantasia.


P’ra te nomear, adjetivos.
E tantos usei! Razoáveis
não o foram sempre, que o sei.
Mas eram tão bons, confortáveis
quando precisei lenitivos.
Tudo que doeu, suportei.
Por lei natural passaria,
mas por ti que foi meu alívio.
Dei-te muitos dons aceitáveis.
E fantasiosos também.
Agora me tornei aflitivo,
sem sonho, a sondar tudo esquivo.

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