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quarta-feira, 22 de julho de 2009

UNO

Este embate de mim na vida eterno...
Que custa e soma já para depois,
No aperfeiçoamento sempiterno
De um em um sempre mais e nunca dois...

Isto da vida em mim é sempre o mesmo,
Em mim tão parcial quanto o é em vós;
Sem um ponto final, sem um todo ermo;
Sem que cale ou que flua toda a voz.

E tal quer a emoção, desintegrar
Não vou em raciocínio a inteireza
Desta porção que sou sem inteirar.

P’ra encontrar o remédio da estranheza,
Da certa solidão a desviar,
Que o embate reflui e me arremessa.

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