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sábado, 1 de agosto de 2009

AMOR DO FUNDO

Tudo desvaneceu sem poesia.
Ficou n’água dos olhos, mansamente
Chorando, sem que o veja outra gente.
Desfez-se a ilusão que não valia.

Já não há que esperar essa magia
De duas almas juntas e contentes.
Meu corpo incônscio já de que sentia
Esse frio, essa falta e dor latentes

Muitas vezes chorei, mas acabou.
Se o fiz, ninguém ouviu, pois era mudo;
Se o fiz, ninguém o viu, pois não rolou.

É o que tenho em mim: sinto profundo
Medo amante- prudente- d’um amor
Que eu ame mais que a mim. Dormente e fundo!

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